“Cerca de 60% do lixo hospitalar são descartados de maneira inadequada”,reportagem do Fantástico 17/07/2011
A reportagem denunciando o tratamento inadequado do lixo hospitalar segue o caminho das denúncias necessárias à moralizaçao dos atos públicos do Estado Brasileiro.
Todo estabelecimento de saúde, pelas normas vigentes, seja público ou privado tem que manter uma coleta especializada do lixo contaminado e esse serviço não é gratuito, é pago a empresas privadas desse ramo de “negócios”.
Ver que a destinação final e tratamento do lixo hospitalar não têm sido adequados às normas e exigências da ANVISA é injuriante tanto para quem paga pelos serviços quanto para a saúde ambiental e humana. Mais uma vez, através de uma reportagem como essa, percebemos a falta que faz à Saúde Pública o funcionamento ativo das células de controle, avaliação e regulação dos serviços de saúde. É no mínimo lamentável. A contaminação ambiental, aumento do risco de acidentes aéreos e de doenças geradas pela deposição desses resíduos a céu aberto demonstra a gravidade desse fato.
Foi apresentado na reportagem, também a falta de gerenciamento adequado do lixo antes mesmo da coleta em um hospital. Se houver uma investigação maior, é possível até encontrar unidades de saúde pública, postos de saúde, que ainda não têm nem mesmo o local adequado para armazenamento desse tipo de lixo ou se o têm, não se apresentam em conformidade às determinações normativas.
Outro aspecto preocupante, não tratado pela reportagem diz respeito ao pessoal contratado para limpeza das Unidades de Saúde. Normalmente é mão de obra terceirizada na maioria das instituições públicas de saúde. Dois grandes problemas existem decorrentes da precarização desse trabalho, a rotatividade ou turn over de funcionários e a falta de formação e treinamentos adequados para a realização dos serviços de limpeza, coleta interna e armazenamento do lixo contaminado.
Além disso, é possível encontrar em Unidades de Saúde, a falta de material para uso ou manuseio nos serviços de limpeza, falta de EPIs ou mal uso desses, além de gerenciamento inadequado desses serviços, de forma a manter o grau de segurança à saúde do trabalhador e do meio ambiente interno e externo insatisfatórios.
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